A Black Friday está a chegar!

E, como sempre, chega com a subtileza de um camião TIR a entrar pela sala adentro.

É abrir o email e lá estão eles:

“ÚLTIMA OPORTUNIDADE!!!”

A décima nona do dia.

Todas vitais, urgentes, indispensáveis… para alguém que tem demasiado stock no armazém.

Depois vêm os pop-ups.

Saltam do ecrã como aqueles amigos chatos que aparecem sem avisar e ainda pedem jantar.

“Compre isto!” “Compre aquilo!”

“Compre já antes que outra pessoa compre e fique mais feliz do que você!”

Uma festa.

Daquelas boas.

Com luzes a piscar, gritos, e um aspirador inteligente a 60% que ninguém pediu mas agora parece absolutamente essencial para sobreviver a 2025.

O telemóvel vibra tanto que dá vontade de lhe pôr um cinto de segurança.

E a sensação é sempre a mesma: se não comprar alguma coisa, qualquer coisa, vai perder… não sei bem o quê… mas algo terrível.

Pelo menos é o que prometem.

Mas pronto.

Vamos ser adultos por um segundo: grande parte disto não interessa para nada.

Se não aproveitar a oferta da frigideira que “só hoje custa metade”, sabe o que acontece?

Nada.

O mundo continua. A frigideira continua. A sua vida continua.

Agora… quando falamos de encontrar uma casa, aí sim, falamos de vida a sério.

E é por isso que escrevo este email.

Não para lhe empurrar mais nada.

Não para adicionar mais um grito ao coro de loucos.

Escrevo para fazer o contrário: baixar o volume.

Enquanto lá fora toda a gente está a tentar enfiar-lhe ofertas pelo ecrã adentro, a minha função não é essa.

A minha função é simples:

Trazer calma. Cortar o ruído.

Ajudar a decidir sem histerias, sem contadores regressivos de 7 minutos, sem essa pressão de “compre já ou arda no inferno do consumidor arrependido”.

Porque casas não são airfryers.

Não há “última oportunidade antes da meia-noite”.

Há decisões grandes.

Daquelas que exigem pés assentes na terra, não promoções com glitter.

Por isso, enquanto o resto do mundo está a entrar em combustão espontânea por causa de descontos, faço o que sempre funciona:

Falar claro.

Sem urgência artificial. Sem drama. Sem Black Friday emocional.

Quando a decisão for importante — realmente importante — estarei aqui.

Para analisar. Para orientar.

E para ajudar a escolher sem pressas, sem barulho e sem medo de perder nada.

Porque há compras… e há escolhas que mudam a vida.

E estas últimas merecem silêncio.

Merecem atenção. Merecem alguém que não grita.

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